domingo, 7 de julho de 2013

Torta de chocolate (quase) sem farinha

Reggia di Caserta
Mês passado estive na Itália para concluir o processo de reconhecimento da minha cidadania italiana e tirar meus documentos. Para comemorar, já de identidade italiana na mão, resolvemos dar uma esticada na viagem e dar uma volta pela região da Campania, no sul da Itália, onde nasceu meu bisavô, meu parente italiano. Passamos por Caserta, onde o biso nasceu, fomos a Benevento, cidade do meu sobrenome que não podia deixar de conhecer, e ainda Napoles, Capri, Sorrento e toda a belíssima Costa Amalfitana. Prometo que um dia detalho aqui cada cidade maravilhosa que passamos, mas por enquanto vou focar numa excelente aquisição durante essa viagem: a receita de uma torta de chocolate!

Nápoles e o Vesúvio
Nápoles
Amalfi, vista do alto
Ilha de Capri e sua água azulzinha
Aconteceu assim: estávamos indo para Sorrento, e decidimos ficar em um hotel chamado Palazzo Januzzi, super bem cotado no TripAdvisor, localização ótima e com uma decoração toda moderninha. A surpresa foi no café da manhã, com uma variedade incrível de produtos frescos e feitos em casa. Simona, a chefe de cozinha, pessoalmente preparou um excelente capuccino. Ali, naquela mesa chea de opçõs estava essa torta. Foi amor a primeira mordida. Com uma casquinha levemente crocante por fora e super molhada e cremosa por dentro, a torta fez o coração até bater mais forte. Pensei: quero essa receita!

A sala do café da manhã do hotel
Detalhe da decoração da sala de café da manhã
A torta da Simona
No final do café cheguei na cozinha para falar com a chefe, que já preparava uma outra torta. Perguntei, em italiano ruim mesmo que era o que eu podia fazer, se ela tinha feito a torta de chocolate. Ela disse que sim e gentilmente perguntou se eu queria a receita. Aí os olhinhos até brilharam, devo ter dito uns três "si" seguidos. Ela me disse que era muito simples e que escreveria para mim. Depois descobri que ela da aulas de culinária no hotel a noite, assim os hóspedes interessados podem curtir a noite e ainda preparar o próprio jantar!

Sorrento
Naquele dia saímos para Capri, passeio lindo por sinal. Na volta, quando fui pegar a chave, a mocinha da recepção me entregou a receita impressa. Dei pulinhos! :)

receita com carinho
No dia seguinte agradeci muitíssimo e prometi enviar a Simona uma foto quando fizesse a torta, coisa que cumpri outro dia mesmo. Ela logo respondeu dizendo ter adorado a ideia de decorar com listras, e que iria adotar. Fiquei feliz por retribuir de alguma forma! Bem, nem preciso dizer que a torta já é das minhas receitas favoritas, né?

A minha versão

Torta Fondente al Cioccolato

Ingredientes:
– 200g de chocolate amargo
– 200g de manteiga (de preferencia sem sal)
– 250g de açúcar
– 5 ovos inteiros
– 1 colher de sopa de farinha de trigo

Como fazer:
– Preaqueça o forno a 190ºC
– Derreta o chocolate com a manteiga (fiz em banho-maria), junte o açúcar e depois os ovos, um de cada vez, mexendo bem com uma colher de pau ou melhor ainda com um fouet. Por último junte a farinha peneirada e misture bem.
– Coloque a mistura em uma forma desmontável, forrada com papel manteiga e untada com manteiga. 

MUITA ATENÇÃO AQUI: a parte de forrar a forma com papel é muito importante porque a massa fica bem líquida e sem papel vaza tudo pelos lados. Vai por mim, falo por experiência própria. Para evitar que vaze cubra bem o fundo da assadeira deixando uma sobrinha subindo pelas laterais e sobreponha com uma tira de papel manteiga forrando os lados. Se essa manobra for muito tensa, opte por fazer em um tabuleiro comum que também dá certo, só que talvez fique difícil desenformar. 

– Cozinhe por cerca de 22 minutos ou até a torta começar a rachar em cima. O tempo de cozimento vai variar de acordo com o tamanho da sua forma: se a torta for mais baixinha cozinhará mais rápido, se for mais altinha demorará mais. Sempre recomendo fazer o teste do palito: quando sair limpo está boa!
– deixe resfriar para desenformar e servir. Decore como preferir, eu usei simplesmente açúcar de confeiteiro, polvilhado por cima de tiras de papel que serviram como um stencil.

É uma torta muito simples de fazer e uma delícia porque fica bem molhadinha por dentro e com uma casquinha crocante por fora. É amor em forma de doce, gente! :)



quarta-feira, 29 de maio de 2013

Festa de aniversário

a mesa de doces
Aniversário é que nem carnaval: todo ano tem, e cada vez chega mais rápido e nem sempre dá para planejar aquela comemoração especial. Mas esse ano decidi me organizar e preparar uma festinha aqui em casa, afinal só fazemos 30 anos uma vez na vida, certo? Errr, cada aniversário na verdade é uma data única, mas poxa, 30 tem um significado especial!

Meu aniversário mesmo é no dia 31 de maio, mas como no fim de semana mais próximo da data muitos amigos estariam viajando – e vivendo no exterior "muitos amigos" significa quase a metade deles – resolvi antecipar a comemoração para o fim de semana anterior, assim pude ter mais pessoas queridas comemorando comigo!

Aliás essa festinha não foi só para comemorar meus 30, mas também para comemorar a realização de um projeto que vinha se arrastando a anos: o reconhecimento da minha cidadania italiana. Fazendo 30, com amigos queridos e com minha dupla nacionalidade consolidada, não tinha como não querer comemorar, não é?

a mesa de salgados
Decidi fazer comidas muito simples, que não me ocupassem muito no dia para que eu pudesse curtir. Optei por fazer sanduiches e canapés e servi torradinhas com pastinhas. No menu, duas opções de sanduíches no pão de forma: pasta de atum com milho verde e coronation chicken, um recheio tradicional inglês que é feito com pedacinhos de frango e uma maionese com curry suave, que eu particularmente curto bastante!

No sanduíche de baguete, salame com queijo, maionese e salada verde; e na ciabatta salmão defumado com cream cheese e rúcula. Ainda fiz umas cestinhas de pão de forma crocante recheadas com salmão defumado, cream cheese e pérolas de balsâmico e uma segunda opção de queijo brie com geléia de damasco. Também fiz uns espetinhos de salada caprese, com mozarella de búfala, tomatinho cereja e manjericão fresco. Para acompanhar os pães e torradas, pasta de atum, pesto de tomate seco e queijo boursin de alho e ervas finas. Tudo devidamente identificado com bandeirinhas.

sanduiche de salame
cestinhas de pão crocante com queijo brie e damasco
sanduiche de atum
salmão defumado com cream cheese e rúcula
Nos doces optei por fazer duas opções de "potinhos": cream cheese de baunilha com cobertura de framboesa e mousse de limão. Ambos muito simples e que pude fazer com antecedência. Também fiz brigadeiro de pistache e de chocolate. Como festa que é festa tem que ter bolo, optei por uma torta de chocolate sem farinha, receita que descolei com a cozinheira do hotel que fiquei em Sorrento, na Itália. Uma das delícias do café da manhã era essa torta e eu fui lá assuntar. Olha, essa torta é divina, vou preparar um post com a receita. Obrigada, Simona!

torta de chocolate sem farinha
brigadeiros
A decoração ficou bem simples, caprichada nas flores e com luzinhas. Na mesa de salgados optei por Toalha branca sobreposta por uma passadeira colorida, já na de doces achei que o vermelho da mesa combinava com as bandejas onde os doces foram servidos, que também eram vermelhas com bolinhas e listras brancas. Enfeitei os vasos com barbantes tipo sisal para dar um toque mais rustico e pronto, deixei as flores fazerem o serviço! Para dar uma graça coloquei as flores que não foram utilizadas nos vasos dentro de um regador embaixo da mesa de doces, para dar um charminho a mais e preencher o vazio.


Com muito vinho, música e conversa animada a festa foi uma delícia, e fiquei super afim de fazer outras, mesmo que não tenha motivo! E que venha a próxima!

sexta-feira, 29 de março de 2013

Sobre ovos e galinhas


Já que estamos perto da páscoa vou escrever sobre ovos. Não os de chocolate, tradicionais desta época, mas os cotidianos ovos de galinha.

Com o aumento do interesse no bem estar dos animais o leque de opções em relações a ovos se abriu, variando de produtos mais baratos oriundos de aviários com gaiolas apertadas, que praticam a debicagem (corte no bico da ave) e utilizam hormônios, até ovos de galinhas criadas livres, recebendo alimentação orgânica, sem hormônios e tendo suas necessidades ambientais respeitadas.

É claro que esse maior cuidado tem seu preço, podendo custar até mais do que o dobro. Mas vale a pena? Bem, essa pergunta eu sempre me fiz. Para começar tento sempre evitar os ovos de aviários restritivos, de grande escala, por pensar no bem estar dos bichos. Costumo comprar ovos de galinhas que são criadas livres, com espaço, mas sem serem orgânicos. Estes são os que tem o melhor custo-benefício por aqui. Porém, em um dia inspirado, resolvi trazer para casa uns ovos lindos. Sim, comprei pela cor da casca: azul pastel. Aí descobri  que além de lindos eles são produzidos seguindo os mais altos padrões de qualidade, tudo orgânico. A empresa Clarence Court, além de ovos de diferentes tipos de galinha, também produz ovos exóticos como faisão, peru e avestruz.



Os meus ovos azuis, de galinhas do tipo cotswold legbar, surpreenderam pela coloração da gema: um laranja super vivo, quase vermelho. Tomei um susto quando abri o ovo quente que preparei! A consistência cremosa da gema também merece ser citada. E, o que achei mais impressionate, é que apesar da gema estar bem mole, quase crua, não senti nem cheiro nem aquele gosto característico de ovo. Simplesmente delicioso! Sobre o preço, me custou 1/3 a mais do que o que costumo comprar. Vale a pena? Vale! Se for para comer um ovo frito, quente ou poché, recomendo. Pra cozinhar ainda uso os que estava acostumada a comprar porque acho que o gosto não fica tão proeminente.



Minha conclusão é que esses ovos valem cada centavo e fico satisfeita de saber que são provenientes de animais bem tratados e felizes.

Não sou de ficar fazendo campanhas radicais, mas acho que a gente pode tentar fazer escolhas mais conscientes e acabar se surpreendendo! E você, quais são as suas escolhas?

quarta-feira, 27 de março de 2013

Receita Aleatória #01


Decidi começar a brincadeira pelo livrão da Leiths, que é uma conceituada escola de culinária aqui de Londres. O livro é "Leiths, cookery bible" ou "a bíblia da culinária" em tradução livre, e ao longo das suas oitocentas e tantas páginas ele aborda técnicas de preparo, instruções para harmonização de vinhos, explicações sobre características e usos de ingrediente etc. Enfim, o bichinho é um ótimo curso onde vira e mexe aprendo uma coisa nova! Apesar das muitas páginas, poucas são dedicadas a fotos, que são agrupadas em cadernos de tempos em tempos. A maior parte das receitas é toda explicadinha só no texto e as vezes tem que ler, reler... e imaginar o resultado final. Desafiador!


A receita sorteada (e escolhida) foi a da página 515:



#01 Costeletas de Porco com Maçãs Caramelizadas

Ingredientes (porção para 4 pessoas)
4 costeletas de porco com aproximadamente 170g cada
um pouco de óleo
pimenta do reino moída na hora (se não tiver usar a já moída)
3-4 folhas frescas de sálvia, picadas, ou uma pitada de sálvia seca

para servir:
2 maçãs vermelhas
aproximadamente 2 colheres de manteiga, para fritar as maçãs
1 colher de chá de açúcar
alguns ramos de agrião

Modo de preparo:
1 - Preaqueça o grill à temperatura máxima. Por aqui os fornos geralmente tem grill, mas se você não tiver um em casa não desista, use uma frigideira anti-aderente ou uma grelha que vai funcionar também!
2 - Apare a pele das costeletas fazendo pequenos cortes através da gordura em direção a carne, cerca de 1cm de distância um do outro, para prevenir que a pele enrole durante o cozimento. Besunte com um pouco de óleo.
3 - Tempere com a pimenta e a sálvia. se quiser adicione um pouco de sal, apesar de não constar na receita.
4 - Grelhe as costeletas por 5-7 minutos de cada lado ou até que estejam cozidas totalmente. Mantenha-nas aquecidas até a hora de servir. 
5 - Descasque e retire o miolo das maçãs e corte cada uma em 4 pedaços. Derreta a manteiga em uma frigideira e quando estiver formando espuma adicione as maçãs. Salpique o açúcar sobre as maçãs e frite levemente ambos os lados até obter uma coloração marrom-dourada mas mantendo a consistência firme. O açúcar vai caramelizar dando cor e textura às maçãs. 
6 - Decore as costeletas com as maçãs e o agrião e sirva.



Minhas observações:
- Tem que ficar de olho para não cozinhar demais o porco e não ressecar, e também não fritar demais as maçãs, se não ficarão molengas!  


Receita simples, rápida e deliciosa! 

sexta-feira, 22 de março de 2013

Brigadeiro de Pistache


Não me lembro exatamente onde vi essa história de brigadeiro de pistache mas com certeza foi em alguma andança pela internet. Desde então fiquei com isso na cabeça, maturando.

Quando decidi que experimentaria fazer fiquei um pouco chateada porque só encontrei pra vender o pistache torrado, salgado e dentro na casquinha. Como não estava na disposição de ficar tirando casquinha de pistache porque é chato pra caramba e nem queria que meu brigadeiro ficasse salgado deixei mais uma vez a receita de lado. Aí, um belo dia, passeando pelo mercado – sim, tem gente que passeia em shopping vendo roupas, sapatos, eletrônicos, eu passeio vendo as novidades do mercado – bem ali na área dos ingredientes doces, eis que avisto o pistache do jeitinho que eu precisava: sem esta torrado nem salgado e já sem a casquinha. Não pensei duas vezes. Já estiquei a mão no leite condensado e vim pra casa toda pimpona!

pistache sem casca
Olha, mas não achar o pistache fora da casca não é desculpa, viu? Vai dar um pouquinho mais de trabalho mas com um pouquinho de paciência é possivel tirar os bichinhos da "casinha" e usar normalmente! Também acho que o torrado não faria taaaanta diferença. Só faria um esforço pra arranjar o sem sal porque aí acho que pode dar alteração no sabor.

Hora de botar a mão na massa. O bichinho é fácil de fazer e como foi a primeira vez que fiz não posso fazer comparações, apenas observações sobre o que poderia fazer diferente. Sendo assim, vamos ao que interessa:

Ingredientes:

1 lata de leite condensado (do gordo, sem essa de light na hora do brigadeiro!)
60g aproximadamente de pistache sem a casca picadinho na faca
1 colher de sopa de manteiga

Pra fazer:

– Coloque o leite condensado e a manteiga numa panela e leve ao fogo baixo, mexendo, mexendo, mexendo... brigadeiro pra funcionar legal tem que ter paciência, não pode deixar grudar no fundo da panela! Vai mexendo até começar a encorpar. Quando chegar mais ou menos na metade do caminho adicione o pistache picado e continue mexendo, mexendo até chegar ao ponto certo.

Mas como saber o ponto? Simples, a boa e velha técnica de dar uma inclinada na panela, se a mistura soltar do fundo está no ponto. Lembrando sempre que o brigadeiro quando esfria fica mais duro do que quando está quente, então pra um brigadeiro de colher eu acho mais interessante fazer mais molinho, já pra enrolar prefiro o mais consistente.

– Depois de pronto deixe esfriar e enrole, passando no pistache picadinho para finalizar antes de colocar na forminha.


Minhas observações:

– como meu pistache picado acabou bem no meio da "enrolação" acabei ficando com preguiça de picar mais e experimentei bater no liquidificador. O resultado foi um pistache quase em pó. Não gostei do resultado do pistache fininho como acabamento do brigadeiro mas acho que ele adicionaria mais cor e sabor à massa. Portanto se eu não estiver muito enganada, minha dica é a seguinte: Para a massa use o pistache batido no liquidificador e para dar o acabamento nas bolinhas picadinho na faca, ok?

– outra coisa: como o pistache que usei não é torrado ele tem uma consistência menos crocante... talvez torrando um pouco antes de picar pra fazer as bolinhas fique melhor. Será?

Achei o resultado muito gostoso e diferente. Acho que vale dar uma variada nos sabores de vez em quando. Comecei até a imaginar outros sabores usando a mesma técnica... com nozes ou avelã deve ficar uma delícia! E será que com damasco seco bem picadinho funciona? E seria muita ousadia um brigadeiro de raiz forte japonesa? E de gengibre?

Fiquei cheia de ideias! Se alguém fizer me conte!

quinta-feira, 21 de março de 2013

Sorteando receitas


Outro dia estava observando minha estante de livros de culinária e percebi que ela está crescendo. Percebi também que apesar dos livros maravilhosos que tenho em casa acabo não os explorando da melhor maneira possível. São tantas, mas tantas receitas que fica mesmo difícil ler e fazer todas. Tenho certeza que tem muito prato bom escondido dentro dessas páginas e por isso resolvi me propor um desafio: sortear receitas.

Defini que a brincadeira vai funcionar assim: pelo menos uma vez por semana vou escolher um livro e abrir em uma página aleatória. Se a página tiver mais de uma receita posso escolher a que preferir. Se a receita for muuuuuito complicada ou precisar de ingredientes raros, fica marcada pra um dia especial e sorteio de novo. São duas chances. O resultado posto aqui no blog com a receita. Combinado?

quarta-feira, 20 de março de 2013

Bolo de Fubá



Sabe aquela vontade que as vezes da de comer um bolinho com café no lanchinho da tarde? Pois esse é o bolo certo pra isso! Super rápido e fácil de fazer é uma excelente pedida. E o que mais me chamou atenção nessa receita foi a quantidade reduzida de manteiga, achei até que estivesse errado mas não...

Algumas observações: 
- Aqui em casa faço meia receita porque somos 2 e a quantidade é ideal pro bolo não ficar velho. Portanto estou postando as quantidades para essa meia receita, quem quiser fazer maior é só dobrar as quantidades.

- Uso uma forma de 20cm de diâmetro por 6cm de altura, daquelas com um furo no meio, e serve perfeitamente para a meia receita.

- Sempre meço as quantidades em gramas porque tenho uma balança boa e acho mais simples, gramas serão gramas em todo lugar do mundo e assim fica mais fácil acertar, mas também vou colocar as medidas e xícaras, colheres etc pra quem quiser seguir essa linha.

- Como por aqui é complicado encontrar fubá optei por usar polenta, daquela mais grossinha e o resultado ficou ótimo, porque a polenta além de dar o sabor acabou dando uma textura quase crocante. Também experimentei com a polenta fina, que é mais parecida com o nosso fubá e funcionou tão bem quanto. Portanto não tem mistério nessa parte.


Sem mais delongas vamos ao mais querido:


Bolo de Fubá (1/2 receita)

Ingredientes:

2 ovos separados
160g de açúcar (1 xícara)
120g de farinha de trigo (1 xícara)
60g de fubá (1/2 xícara)
18g de manteiga (1 1/2 colher de sopa)
120ml de leite (1/2 xícara)
20g de fermento em pó (2 colheres de chá)

Como fazer:

- Bater as claras em neve até ficarem bem firmes. Juntar o açúcar e continuar batendo, até fazer um merengue.

- Sem parar de bater, adicione as gemas aos poucos para não separar e logo em seguida a manteiga, o leite, a farinha de trigo e o fubá e continue batendo até tudo estar bem misturadinho.

- Misture o fermento sem bater.

- Coloque na forma untada com farinha e leve ao forno a 180ºC por 30 minutos, ou até estar totalmente cozido (a velha técnica do palitinho)

- Retire do forno e aguarde uns 5 minutinhos para desenformar.



Outras observações:
- O ideal é deixar o bolo esfriar sobre uma grade de resfriamento como essa da foto (ou qualquer outra coisa que sirva como uma grade, uma grelha, por exemplo). Mas pra que isso? você me pergunta. E eu te digo: Isso faz com que o bolo esfrie sem reter umidade, o que pode deixá-lo "empapado" na parte de baixo quando colocado quente direto em um prato. A outra vantagem é que ele esfria mais rápido, não que um bolinho quente seja um problema, né?
grade de resfriamento

- Você pode adicionar à massa um pouco de erva doce, vai muito bem com fubá. Eu adoro mas não ponho porque aqui em casa tenho oposição!

- Experimentei adaptar a receita para fazer um bolo de canela e funcionou super bem. Para a adaptação substituí a quantidade de fubá pela farinha de trigo e adicionei 1 colher de sopa de canela em pó. Ficou uma delícia. Acho que dá para inventar umas variações.


Esse bolinho já virou o queridinho aqui de casa e com certeza estaria no meu caderninho de receitas se eu tivesse um! Bem, acho que está na hora de providenciar!

Bom bolo!

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Cuscuz de Tapioca


Arrumando o armário de alimentos da cozinha descobri, escondido lá no fundinho, um saco de tapioca que trouxe do Brasil da última vez que estive por lá. Como a coitada da tapioca já estava até vencida resolvi tentar a sorte e fazer um cuscuz com coco, que eu simplesmente adoro! Dei um telefonema importantíssimo pra casa da minha mãe para falar com a Carla, baiana arretada que trabalha com ela e que faz um cuscuz que é um espetáculo. A receita foi passada pelo telefone, e como ela faz também muito "no olho" me passou as medidas aproximadas... daí usei minha intuição para misturar tudo e fazer funcionar. Aviso aos navegantes: é preciso acreditar! O resultado ficou bem bacana!


Fiz meia receita porque, né, tapioca vencida, fazendo pela primeira vez... e aqui em casa basicamente só eu que como então fui cautelosa. Pra quem estiver se sentindo confiante e quiser fazer a receita inteira é só dobrar as quantidades, simples assim!

Ingredientes: 
- 250g de tapioca
- 500 ml de leite
- meio coco ralado
- 250g de açúcar (achei muito e fui colocando aos poucos e provando... devo ter usado uns 150 gramas, mas recomendo que prove mesmo... até porque gosto de caprichar no leite condensado pra servir e por isso prefiro que o cuscuz não seja muito doce)

Como fazer:
- Coloque a tapioca já no recipiente em que será servido o cuscuz, um pirex alto faz bem o serviço.
- Junte quase todo o coco ralado, deixando uma sobrinha para decorar.
- Levar o leite ao fogo até que fique morno/quente. O segredo é misturar o leite com os outros ingredientes com as mãos, então tenha isso em mente para avaliar a temperatura do leite: se estiver muito frio não vai amolecer a tapioca, se estiver muito quente vai queimar suas mãos.
- Adicione o leite à tapioca e o coco, misturando com as mãos. Adicione o açucar aos poucos, provando sempre até estar ao seu gosto. Continue misturando bem, garantindo que cada pedacinho de tapioca esteja bem molhado com o leite.
- Tampe o pirex com uma tampa ou pano de prato e embrulhe o pirex num pano de prato, para manter aquecido e deixe descansar.
- Quando estiver quase pronto, ou seja, quando quase todo o leite tenha sido absorvido pela tapioca, pegue um garfo e "desfie" o cuscuz, soltando os grãos para que ele fique macio. Aí depois "penteia" tudo de novo no ligar, alisa direitinho sem compactar e deixa descansar mais, até esfriar totalmente. Quando estiver totalmente frio já pode servir, mas eu recomendo colocar um pouco na geladeira para dar uma resfriada e ficar mais firme.
- quando estiver prontinho coloque o restante do coco ralado por cima para decorar e pode servir!
- Aí é só colocar o leite condensado por cima na hora de servir e correr pro abraço.

Detalhe da textura: fica bem "soltinho" porém firme, não é aquele bloco engomado que as vezes encontramos por aí
e pra finalizar, com bastante leite condensado, do jeito que eu gosto!
Minhas dicas:
- Misturar o cuscuz com as mãos é importante, porque só assim você vai conseguir sentir se ficou alguma tapioca empelotada e sem leite.
- Tenha paciência. Eu não coloquei direitinho os tempos porque realmente não prestei atenção nisso na hora que fiz... simplesmente ia lá, dava uma olhada e avaliava a quantidade de leite que tinha sido absorvida.
- Quanto mais o tempo passa mais firme ele vai ficando.

Se alguém fizer me conta, ok?

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Hora do chá


Muitos que frequentam o blog devem saber ou já terem notado que ha alguns anos moro em Londres, terra da rainha, da pontualidade (err...), da cordialidade (tsc, tsc, tsc), dos ônibus de dois andares, taxis pretos, do clima miserável, da péssima culinária e, por fim mas não por último, do chá.


Eu que já trabalhei em cafés por aqui posso garantir: o povo realmente gosta de chá. É bem verdade que bebem muito café também, mas o relacionamento deles com o chá é sério e bem estável. Ah, sim e o detalhe é que por aqui a bebida é servida com um toque de leite. Mas atenção: os chás de ervas NÃO levam leite, cabendo a cominação esquisita aos chás pretos como o tradicional English Breakfast, Earl Grey e Darjeeling. Há quem diga que a adição do leite serve para neutralizar o excesso de tanino presente no chá e torna-lo menos ácido. Se faz alguma diferença eu não sei, mas sei que apesar de achar a ideia um tanto esquisita no início, agora já acho normal (e até gostoso) tomar chá com leite! Aliás, com o friozinho do inverno, uma xícara de chá no fim da tarde ou antes de dormir tem mesmo o seu lugar!

Toda essa história sobre chá só pra contar que ganhei presente! Já estava querendo uma chaleira håa tempos e veio a mais bonita, o jogo de chá do chapeleiro maluco!


detalhe do pires




O bule e as duas xícaras fazem parte da coleção Alice no País das Maravilhas, e é exclusiva da Whittard of Chelsea, uma loja que vende uma variedade enorme de chás. Eu fiquei apaixonada e tenho tomado chá mais que nunca! Tem como não amar?