sexta-feira, 22 de abril de 2011

Do jardim


Aproveitando o calorzinho que tem feito com a chegada da primavera, resolvi dar uma geral no jardim. Moro no térreo (abaixo do nível da rua) de um predinho vitoriano de 4 andares e por isso temos o privilégio de ter quintal. O que acontece é que com o inverno e o frio de rachar que faz do lado de fora, o jardim acaba ficando negligenciado. Umas semanas atrás pus as mãos na terra e fiz uma boa faxina nele. Nossa terra é meio sem vergonha e tem muita vegetação "praguenta". Passei com a enxada e tirei todas, limpei a terra, fertilizei, reguei e joguei umas sementes de grama. Se vai nascer não sei, mas atualmente o jardim é uma terra só, o que faz o gato muito feliz pois assim ele pode ficar rolando de um lado pro outro levantando poeira!

A verdade é que essa faxina me animou a dar uma geral também na varandinha, que é na verdade a parte externa que mais frequentamos, onde tem a mesa e a churrasqueira, sempre prontas! Já cultivava algumas ervas na cozinha, e aí achei que agora, com temperaturas mais amenas, poderia transferir tudo pro lado de fora. Por enquanto elas estão indo bem, mas como não tenho dedo verde não sei até quando vão durar!

Na onda de comprar móveis, trouxemos para casa essa estante de metal da primeira foto para ajudar a organizar as ervas. Aqui ficam a cebolinha, hortelã, manjericão, salsa e coentro, além das florezinhas decorativas.





O alecrim vai muito bem, fica na janela que é onde bate mais sol e tem tudo para crescer (diz na instrução que pode chegar a 1m de altura!!)


Ainda na cozinha, no berçário, plantei sementes de pimenta e tomatinhos que estão crescendo super bem. Ainda estou pensando para onde vou tranferí-los! Também plantei cenouras do lado de fora, mas como essa terra é muito ruim e cheia de pedras não acredito que irão nascer. :(





A parte boa disso tudo é poder contar sempre com temperos frescos ao alcance da mão! Tomara que durem bastante, pelo menos até o próximo inverno... Já as flores de plástico não morrem, já diziam os Titãs!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Primo irmão árabe


Quem mora longe do Brasil sabe que as vezes somos pegos de surpresa com umas vontades gastronômicas. É indiscutível que, morando em Londres, tenho opções de restaurantes do mundo inteiro sem precisar ir longe, mas quando essa saudade do sabor nacional bate na porta não tem restaurante que dê jeito! Lógico que sempre tem uma lojinha de produtos brasileiros por aí, mas como nenhuma é perto a ponto de poder ir a pé ou de bicicleta acabo indo só em caso de churrasco, pra comprar farofa!

Outro dia estava assistindo "Insensato Coração" (sim, assisto essa porcaria de novela chata todos os dias pelo YouTube) e em uma das cenas a menina estava comendo um briochinho com requeijão e presunto... invejei na hora e pensei: sacanagem, não tem requeijão aqui! Pronto, coloquei isso na cabeça e passei a ficar de olho. Os brioches, apesar de não ter em qualquer lugar, consegui num mercado das grandes redes aqui pertinho de casa... O lance era o requeijão.


Aí, passando por um mercado árabe (aqui onde moro tem muito árabe e muitos mercados) em um lado perto de casa que vou super pouco, resolvi entrar num dos grandes para ver as novidades. Geralmente nesses mercados tem coisas que nos outros são difíceis de encontrar como leite em pó, mirinda (porque a fanta laranja daqui é um lixo!) e nesquick (sim, é uma dificuldade encontrar achocolatado para dissolver em leite frio!). Lembrei que minha irmã, quando ficou morando aqui em casa, como boa glutona também (coisas de família) me contou que uma vez tinha comprado um "treco parecido com requeijão num mercado pro lado de lá". Achei uma coisa parecida na geladeira dos laticínios e trouxe pra casa.



Brioche, presunto e "requeijão" a postos, montei o sanduichinho e quase chorei... não é igualzinho mas passa por requeijão fácil fácil no sabor, textura e cor. Foi o pacote inteiro e agora aqui em casa não pode faltar! Não sobrou nem pra foto, tive que fazer com o cream cracker! Ah, e o melhor é que descobri que tem também num outro mercado mais perto de casa. Agora sou mais feliz com brioches e requeijão, o que comprova que é possível ser feliz com coisas muito simples! Ah, e já estou procurando uma goiabada pra comer com ele, já que sempre fui muito mais fã de goiabada com requeijão do que com queijo!

E por falar em saudade, nada melhor do que um pouco de Rio de Janeiro pro vídeo do post! Samba do avião.

sábado, 16 de abril de 2011

Com açúcar, com afeto


O post de hoje vem doce depois de um tempinho sem bater ponto por aqui, coisas da vida! Depois que fiz o Victoria Sandwich de dois posts atras fiquei com uma sobra de geléia de framboesa empacada na geladeira. Aí lembrei do bom e velho cheese cake do Jamie Oliver que já é um favorito aqui em casa. Na receita ele recomenda fazer a cobertura de framboesa com açúcar, mas por preguiça e porque essa geléia que uso (francesa) é uma delícia, substituo a cobertura e fica um luxo só.

Aliás, essa receita já sofreu algumas alteração ao longo do caminho... O Jamie tem obsessão por laranja e limão então tem que tomar muito cuidado com as quantidades que ele recomenda. Neste cheesecake, por exemplo, achei a quantidade muito grande e da primeira vez ficou uma laranja só... aí fui reduzindo e hoje em dia já não uso mais nem o limão e nem a laranja porque gosto de sentir o gostinho da baunilha misturado com a framboesa. Mas isso vai do gosto de cada um.

Outra coisa que reduzi foi a quantidade de manteiga na massa. Não por motivos de saúde, não, amo manteiga e um dia ainda morro disso, mas porque achei a massa muito dura quando esfriou. Hoje em dia, como já sei o comportamento da massa quente e fria, vou no olhômetro mesmo, adicionando manteiga aos pouquinhos. É uma questão de erro, acerto e um tantinho de intuição. Além do mais, tenho usado potinhos individuais em vez da forma grande desmontável. Acho mais prático na hora de comer, é só pegar na geladeira e pronto. Para isso o ideal é ter uma massa menos dura mesmo, porque fica mais fácil de pegar... além do mais não tem o problema da fôrma da massa ficar fofa e a torta desmontar na hora de servir. Recomendo.

No mais a receita é super simples, rápida e pouco trabalhosa. Não vai ao forno e é bem cremosa. Vale experimentar! A receita leva no mínimo duas horas para estar pronta pra servir, por isso reserve um tempo para prepará-la com antecedência se estiver planejando serví-la como sobremesa de um jantar.


Cheesecake de Baunilha com cobertura de framboesa (para 8 pessoas)
(outras frutas que funcionam: cereja, morango, mirtilo, damasco...)


Ingredientes
150g manteiga cortada em cubos, mais um pouco para untar a forma
200g biscoito maria, maizena ou outro (da ultima vez usei biscoito de leite maltado e ficou delícia)
100g aveia em flocos
1 fava de baunilha ou 1 colher de chá de extrato/essência de baunilha
600g de Philadelfia cream cheese
150g açúcar
300g de creme de leite fresco
1 limão
1 laranja

Método
• Unte uma forma desmontável de 23cm.
• Envolva os biscoitos em um pano de prato e bata até obter farelos finos (ou use um processador de alimentos, é mais rápido)
• Coloque uma panela em fogo baixo, adicione a aveia até dourar. Adicione a manteiga e o biscoito. Misture com uma colher de pau até combinar.
• Retire do fogo e passe para a forma. Espalhe bem no fundo e delicadamente aperte com as costas de uma colher para que fique denso e liso. Deixe na geladeira por 1 hora.
• Se estiver usando a fava de baunilha, divida ao meio no comprimento e raspe as sementes.
• Coloque o cream cheese num recipiente, adicione a baunilha (sementes ou extrato), açúcar, raspas de limão e laranja e o suco de 1 limão. Misture bem até ficar homogêneo e leve.
• Em outro recipiente bata o creme de leite fresco até obter leves "picos" (virando o pote de cabeça para baixo não deve cair). Cuidado para não bater demais.
• Junte metade do creme batido à mistura de cream cheese e misture. Depois adicione a outra metade e junte levemente.
• Adicione o creme à base, suavemente, utilizando as costas de uma colher ou espátula. Coloque na geladeira por pelo menos uma hora.
• Na hora de servir adicione a calda ou geléia.


Essa é a receita tal qual está no livro "Jamie's Ministry of Food". Como disse anteriormente, adaptei ao meu gosto com o tempo, então fique à vontade para experimentar variações.

E pra acompanhar, uma música que adoro e que já tinha ouvido na voz de Bethânia, Nara Leão e do próprio Chico Buarque, mas nunca com a Fernanda Takai. Gostei! Com açúcar, Com afeto.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

No Radinho

Cozinha que se preze tem que ter um radinho, certo? Lá em casa todas as empregadas sempre tiveram seus rádios tunados nas mais diversas estações. Do funk, passando pelas notícias da rádio globo e chegando ao "Good Times 98", acredito que essa intervenção sonora na cozinha me ajudou a abrir os ouvidos para diferentes estilos, o que me fez uma pessoa musicalmente muito bem resolvida, obrigada!

Gosto de quase tudo, do clássico ao funk carioca da década de 90, mas logicamente tenho minhas preferências. Já aprendi violão, quis aprender violoncelo mas faltou grana, daí vendi o violão e arrumei um violino, toquei um tempo, fiz parte de um grupo, parei, voltei... enfim, minha vida tem trilha sonora!

Esse blá blá blá todo só pra dizer que vou tentar, a partir de hoje, sugerir músicas para acompanhar as receitas que aparecem por aqui. É uma forma simples de compartilhar  minha paixão por música unindo com outra paixão que é a cozinha.


Como hoje não tem receita, uma música que acordei na cabeça. Tchubaruba, da Mallu Magalhães. Tem muita gente que vai torcer o nariz mas eu nem me importo. Acho a Mallu uma fofa, super talentosa e gosto muito das músicas levinhas dela. Aposto que se a menina fosse inglesa todo mundo que mete pau iria aplaudir e ainda acharia o jeito meio infantil dela uma coisa super cool... as vezes acho que é coisa de Brasileiro recalcado que acha que só o que vem da gringa é bom.

Enfim, opiniões à parte, o vídeo é bobinho mas me traz muitas lembranças do ano passado, nessa mesma época, quando enfim a primavera trazia um pouco de sol e calor depois de um inverno muito frio em londres. Me lembra parque, alegria, alto astral. E além de tudo, curiosamente tem a ver com comida! Passa numa feira livre (de São Paulo eu acho). Por enquanto não pretendo colocar ninguém fantasiado de milho na panela, mas é sempre uma idéia, não é?! rs...

Boa sexta-feira! e tomara que o fim de semana seja como hoje: com o sol brilhando num céu azulinho!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O bolinho da Rainha Vitória


A primeira vez que comi esse bolo foi acompanhando um delicioso vanilla latte num café. Achei tão gostoso que resolvi catar uma receita e fazer... mas nunca tinha feito. Aí bateu aquela vontade de comer um bolinho e decidi testar a receita.

Aqui na Inglaterra esse bolo se chama Victoria Sponge ou Victoria Sandwich. Sponge, na verdade é o nosso bolo branco, simples, que serve de base para outras tantas receitas. Sandwich por causa do recheio de geléia e creme entre as duas partes do bolo. O nome foi homenagem à Rainha Vitória. Diz a história que ela, lá no final do século XIX, gostava de tomar seu chá com uma fatia do bolo. Talvez isso explique a carinha rechonchuda da monarca. Histórias à parte, vamos ao que interessa!

O bolo é incrivelmente simples e infalível. Na receita a orientação era fazer em duas formas e depois "sanduichar" as duas partes. Como achei que seria demais, fiz meia receita, usando só uma forma e cortei ao meio para rechear. Ficou mais baixo, menos imponente mas não menos saboroso. A receita saiu do site BBC Good Food e está aprovadíssima, tanto que em um dia já acabou o bolo todo, não sobrou nem um farelinho!


Victoria Sandwich (foto e receita: BBC Good Food) 


ingredientes
massa:
200g açúcar
200g manteiga em temperatura ambiente (muito importante que ela esteja molinha!!)
4 ovos grandes batidos (na mão mesmo)
200g de farinha com fermento
1 colher de chá de fermento em pó
2 colheres de sopa de leite

recheio:
100g de manteiga em temperatura ambiente (atenção aqui de novo!!)
140g açúcar de confeiteiro peneirada
gotas de extrato de baunilha (opcional)
340g de geléia de morango ou framboesa de muito boa qualidade
açúcar de confeiteiro para decorar

método
1. Preaqueça o forno a 190ºC. Unte duas formas redondas de 20 cm de diâmetro.
2. Em um recipiente grande, bata todos os ingredientes da massa até obter uma mistura lisa, leve e homogênea.
3. Divida a massa nas duas formas, alisando bem o topo, e asse por aproximadamente 20 minutos ou até estar dourado e assado (faça o teste do palitinho). Tire do forno e deixe esfriar completamente.
4. Para fazer o recheio, bata a manteiga até ficar cremosa. Depois vá adicionando o açúcar de confeiteiro aos poucos e batendo. Se usar baunilha, adicione ao recheio.
5. Espalhe o creme sobre uma das metades e, por cima, a geleia. "Sanduíche" com a outra metade e polvilhe o açúcar para decorar.

Simples e rápido. Para fazer meia receita, como eu fiz, use somente uma forma e corte ao meio para rechear. Delí!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Ovo Quente


Amava ovo quente quando criança, era um clássico dos finais de semana no sítio... Aí fui crescendo, fiquei com nojinho, não podia nem olhar. Esqueci essa história e ignorei totalmente a existência do ovo quente até que um dia, num momento nostálgico, fiquei muito afim de dar uma nova chance a ele.

Água fervente na panela, mergulha o ovo numa colher, primeiro mergulhando e tirando da água umas duas ou três vezes, para a casca não rachar. 5 minutos para que fique bem molinho, 7 e meio para médio e 9 para o ovo praticamente cozido. Eu prefiro o intermediário! Transfere com cuidado para um copinho próprio para ovo quente ou, na falta dele, uma xicara de café e até mesmo um copinho de cachaça. Umas torradinhas para acompanhar, sal, e pronto! O resultado fica uma delícia e engana uma fominha pequena!

obs.: ando meio enlouquecida com uma renovação que estamos fazendo na casa, comprando e montando móveis, redecorando... ando meio afastada do fogão mas assim que tudo entrar nos eixos, novidades virão! Até porque nessa rearrumação de tudo a cozinha também foi beneficiada! Em breve novidades da casa toda estarão por aqui!